terça-feira, 24 de julho de 2007

HISTÓRIA DO CINEMA DE ANIMAÇÃO

No caso da animação, uma pergunta freqüente a respeito da observação dos raios das rodas das carruagens era feita. Quando elas giravam a uma determinada velocidade, um observador que eventualmente estivesse em outra carruagem, teria a impressão de que a roda estaria girando na direção oposta ou até mesmo parada. Portanto, em 1824, Peteter Mark Roget publicou o artigo intitulado “The Persistence of Vision with Regard to Moving Objects”, onde diz que o olho humano retém uma imagem por uma fração de segundo enquanto outra está sendo percebida. Antes de seu estudo, achava-se que o olho humano percebesse as imagens de forma contínua. Com essa descoberta, finalmente o cinema tem uma teoria que pode ser utilizada a seu favor. Simplesmente, descobre-se como enganar o sentido da visão, ou seja, como criar o movimento através de imagens estáticas. Simplesmente exibindo-as de tal forma ou em tal velocidade que o olho humano não perceba a existência de fotos, mas sim como uma imagem contínua. A partir daí, várias pequenas invenções, na verdade, brinquedos com grande sucesso de vendas, são criados, baseados no princípio da “Persistência da visão através da observação de objetos em movimento”. O primeiro e mais clássico dos brinquedos é o taumatroscópio, criado em 1825, onde uma chapa metálica, geralmente circular, contendo uma imagem em um lado e outra imagem no outro lado e era girada através da utilização de um barbante. Ao girar o aparato, as duas imagens se fundiam em uma só. O exemplo mais conhecido do taumatroscópio é o do desenho de uma gaiola de um lado e do outro lado um pássaro e estes fixados na placa que, ao ser girada funde as imagens dando a impressão de que o pássaro está na gaiola.
Em 1868, foi inventado o mais simples e também o mais popular dos brinquedos chamado de kineograph, mais conhecido como flipbook. Nada mais é do que aqueles livrinhos onde, em cada página existe uma imagem desenhada em seqüência e para ver a animação basta folhear o livro rapidamente.
Finalmente aparece no cenário da animação Emile Reynaud que além de ser um engenhoso inventor possuía uma faceta artística que os outros inventores da época não possuíam. Daí podemos dizer que sua contribuição para o cinema e para a animação foi de extrema importância. Na realidade Reynaud foi inventor do equipamento batizado de praxinoscópio onde as aberturas contidas nos discos dos outros aparatos eram substituídas por espelhos e cada espelho refletia uma imagem específica daquelas colocadas no disco. Combinando este aprimoramento com lanternas, Reynaud consegue projetar imagens. Ele desenvolveu um sistema onde pintava as imagens em uma tira perfurada de tecido semitransparente e tais perfurações serviam para uma engrenagem movimentar a tira, quadro a quadro. Este foi um grande avanço, pois foram desenvolvidos os primeiros conceitos de projeção cinematográfica utilizados até hoje. Assim, Reynaud abre o teatro óptico, cujos filmes, chamados de pantomimes lumineuses, com duração de aproximadamente quinze minutos, exigiam a confecção de centenas de desenhos, coloridos com enredo, trilha sonora e personagens desenhados com movimentos detalhadamente adaptados ao cenário. O sucesso das animações de Reynaud foi tão grande que seus filmes continuaram sendo exibidos por cinco anos após a invenção do cinema pelos irmãos Lumière em 1895 (LUCENA JÚNIOR, 2002).
Conta ainda que em 1895, os irmãos Lumière projetam filmes em uma exibição de fotogramas animados, com a utilização do aparelho inventado por eles, chamado de cinematógrafo, resultado direto do aperfeiçoamento do aparelho de Edison. Sua exibição causou grande assombro perante a sociedade e suas exibições limitavam a filmagens realizadas por eles próprios com fins exclusivamente de pesquisa, como por exemplo, o filme “A chegada de um trem à estação” ou “A saída dos operários de uma fábrica”. Os irmãos Lumière exploraram sua invenção o quanto puderam, enquanto a novidade pela novidade era suficiente para levar aos teatros o público. Eles continuaram filmando e exibindo seus filmes até o final da década, quando retornam a se dedicar à atividade científica.

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